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Morte da juíza Patrícia Aciolli foi um esquema montado entre policiais e milicianos

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Em depoimento durante a audiência de instrução dos 11 policiais militares acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, o inspetor José Carlos Guimarães, da DH (Divisão de Homicídios), que investigou o caso, disse na tarde desta quarta-feira (9) que o tenente Daniel Santos Benitez Lopez teria encomendado inicialmente o assassinato da magistrada a dois milicianos do morro do São José Operário, na praça Seca, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

Policial pediu autorização a tenente-coronel para matar juíza

TC Cláudio Luiz de Oliveira na sala do fórum em Niterói-RJ, aonde aconteceu a audiência
Segundo Guimarães, para pagar os milicianos, os PMs envolvidos na morte da juíza abririam mão do espólio mensal do batalhão (drogas, armas e dinheiro apreendidos em operações). O tenente-coronel seria o único que não deixaria de receber a sua parte do espólio.

- Eles traçaram um plano que trariam milicianos para matar a juíza. Então, eles abririam mão do espólio durante um mês para pagar os milicianos que matariam a juíza.

Ainda de acordo com o inspetor, o ex-comandante do 7º BPM, tenente-coronel Cláudio de Oliveira, acusado de ser o mandante do crime, era querido entre os milicianos do morro do São José Operário. Guimarães disse ainda que Benitez tinha o oficial como ídolo.

- No curso da investigação, descobrimos que o Benitez tinha o tenente-coronel Cláudio Oliveira como ídolo e ele era protegido por ele [o comandante].

Os 11 PMs acusados de envolvimento no assassinato negam participação no crime. A defesa do tenente-coronel informou nesta quarta-feira que vai entrar com pedido de liberdade no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

PMs pressionaram pela morte de juíza
Como Benitez não conseguia combinar o assassinato com os milicianos, os outros integrantes do GAT (Grupamento de Ações Táticas) começaram a pressioná-lo para executar o plano imediatamente, informou Guimarães.

No dia de sua morte, Patrícia Acioli havia decretado a prisão de dois agentes do GAT por suspeita de envolvimento em um auto de resistência (morte em confronto com a polícia) que resultou na morte de Diego Beliene, 18 anos, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana.

De acordo com Guimarães, a decisão da magistrada revoltou os acusados e Benitez disse que o crime “tinha de ser naquele dia”.

- Eles [os PMs] passaram a cobrar a execução da juíza. Para eles, se ela já tivesse morrido, os outros dois integrantes do GAT não teriam sido presos.

Sem saída, Benitez decidiu que ele e outro integrante do GAT matariam a juíza. Para isso, eles comprariam dois celulares, além de utilizar uma moto, dois carros e armas conseguidas por meio de operações nas favelas de São Gonçalo.

De acordo com Guimarães, um carro ficaria na porta do Fórum de São Gonçalo à espera da juíza. O outro veículo faria plantão na porta do DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo) de Piratininga, bairro onde morava a magistrada. De lá, um dos envolvidos informariam aos integrantes da moto que Patrícia já estava próxima de casa.

Fonte: R7

Nota do Blogueiro: O título é do Blogue. O original é: "Caso juíza: morte seria encomendada a milicianos vizinhos do executor do crime, diz inspetor".
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