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Roseana salva cavaleiros, mas quer um bode!

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Frederico Luiz

São Luís, MA - Em 2014, uma pergunta ainda está para ser respondida. Sobre quem a governadora Roseana Sarney pretende imolar para expiar sua desastrosa administração. No próximo ano, ela completa 14 anos à frente do governo do Maranhão, em duas décadas seguidas.

Avesso ao grupo político do pai, o senador José Sarney, a governadora tenta por em evidência os astros que giram em torno de sua órbita, mas sem luz própria. Max Barros, de quem fez deputado estadual; Luís Fernando que ganhou a prefeitura de São José de Ribamar; o saudoso Luciano Moreira (1953-2011), eleito deputado federal em 2010 e João Abreu, atual secretário da Casa Civil. Em comum, todos jovens senhores. São os quatro cavaleiros dos apocalípticos governos de Roseana. Há quem diga que o quarto cavaleiro é de ocasião, varia conforme o momento.

Governos de Roseana são marcados pelo recrudescimento da
violência (guerra), aumento da mortalidade infantil (morte),
saúde pública sofrível (peste) e baixo nível de renda (fome)
Ao vencer a disputa para o governo do Maranhão em 2010 na capital do estado, mais apressados, os cavaleiros do Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, decretaram a mudança de Ilha Rebelde para Ilha Rosada. Ledo engano, dois anos mais tarde, Edivaldo Holanda Júnior e Roberto Rocha se tornaram prefeito e vice-prefeito, respectivamente, com apoio do principal adversário de Roseana, o presidente da Embratur, Flávio Dino.

Na ocasião, sabendo de sua iminente derrota, preferiu tirar da contenda um de seus cavaleiros, o deputado estadual Max Barros. Em seu lugar entrou o vice-governador Washington Luiz, como o cordeiro, o bode a ser sacrificado. Chegou apenas na quarta colocação, no primeiro turno. Carregou o ônus de seu o candidato da governadora impopular. Porém, ficou sem o bônus, teve uma campanha pífia. Apenas, o tempo de televisão foi grande, por conta de seu próprio partido, o dos Trabalhadores.

Agora, Roseana prepara Luís Fernando para uma campanha de deputado federal travestida de candidato palaciano ao governo. Pretende também eleger outro de seu staff, o secretário da Fazenda, Cláudio Trinchão e tantos quantos jovens senhores possa levar á Brasília. Mas, que nem Max Barros, somente na undécima hora anunciará a mudança e anunciará seu bode expiatório.

A ideia inicial é o sacrifício do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Porém, as condições de saúde do senador podem o afastá-lo da disputa. E há outro inconveniente. Ex-governador de 1986 a 1990, ele tem luz própria. Ela ainda analisa outras situações adversas.

  • Caso arrisque uma vaga no senado, Roseana poderá impor a mais vexatória derrota de seu grupo político pois sua rejeição é alta e Roberto Rocha já encostou na preferência do eleitorado.
  • Caso fique no governo para tentar garantir a sucessão, estará em situação de vulnerabilidade, pois a partir de 1º de janeiro de 2014 ficará sem a investidura do mandato. E essa armadura é indispensável nos tempos atuais.
  • Caso saia do governo para disputar uma vaga na Câmara Federal, como muitos governadores fazem com intuito de puxar votos para sua coligação, Roseana corre o risco de ter o estado governado por Washington Luiz ou o presidente da Assembleia, Arnaldo Melo. Dois aliados seus, pero no mucho.

Um ditado popularesco parece definir a situação da governadora. Enquanto Flávio Dino navega em águas calmas com mais de 60% das intenções de voto para o governo: se correr o bicho pega e se ficar o bicho come... No interior do Maranhão quando um problema demonstra ser insolúvel, é comum se dizer: me compra um bode! É o que Roseana tentará vender em 2014.
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