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O Mono-Múltiplo
Gerson Pinheiro
O monólito sisudo a cerrar segredos
Vai aos poucos cedendo a leves carinhos
Nele o poema frestas cria
A expor miragens que bailam
Vestidas de arte, fantasias.
No espaço ao sabor do infinito tempo
O poeta viaja fragmentos
Captando formas, firmamentos,
Contornando furtivos elementos
Registrado encontros, encantamentos.
E na fantasia nascida da pedra
Vislumbra o confronto que no todo habita
A romper e buscar ajuntamento.
De braços dados dançam no seio,
As ditas e desditas,
Do mesmo elemento.
Como acordes bases da sinfonia,
Umas: glórias, vitórias, riso aberto,
Amor a serviço da orgia.
Outras o retroceder
De doce nos cumes a fel nos abismos,
São de dor, de lágrimas, dispensam risos.
E umas e outras
Fundem-se no tempo
De volta ao monólito por um momento
Que será fractal
Em nova poesia.
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