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Marcos Fábio: Enfim, a Medicina

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Marcos Fábio

A Ufma existe em Imperatriz há mais de 30 anos. Precisamente, começou suas atividades em 1979, com os cursos de Pedagogia, Direito e Ciências Contábeis, funcionando apenas à noite, num campus acanhado, fruto de um primeiro processo de interiorização da Universidade.

Essa realidade durou até 2006, quando se deu o segundo movimento de interiorização. Desta vez, os campi aumentaram em número e os que já existiam receberam novos cursos. Para Imperatriz, vieram a Engenharia de Alimentos, a Enfermagem e a Comunicação Social/Jornalismo. Foi um ganho de quantidade e de qualidade. A Ufma passou a ter cursos nos três turnos, aumentou o número de alunos, de professores com mestrado e doutorado, ampliou a quantidade de eventos, passou a existir, no cômputo geral, como efetivadora de projetos e pesquisa e de extensão. Nesse momento, o Campus de Imperatriz se transforma em CCSST - Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia, redimensionando sua importância dentro da estrutura organizacional da universidade.

Em 2009, ocorreu a terceira expansão. Dessa vez, chegaram os cursos de Licenciatura – especificamente, Licenciatura em Ciências Humanas (com ênfase em Sociologia) e Licenciatura em Ciências Naturais (com ênfase em Biologia). Com mais esse movimento, o CCSST passou a contar com 8 cursos de graduação.

Ano passado, foi inaugurada a segunda unidade do CCSST em Imperatriz: o campus do Bom Jesus, localizado a 12 km do campus Centro. Para lá, foram os cursos de Engenharia, Enfermagem e Biologia. Lá também funciona hoje o nosso primeiro mestrado, em Ciência dos Materiais. É um prédio com 27 laboratórios, 17 salas de aula, biblioteca, auditório, restaurante e unidades administrativas. Conta ainda com a Unidade de Biodiesel, prédio que guarda os laboratórios do Mestrado, financiado com verba de pesquisa Finep.

Agora, estamos recebendo mais um curso de graduação: o Curso de Medicina. As aulas começam hoje, com os primeiros 40 alunos. Esse curso, que sempre foi um sonho da comunidade, nasce de uma demanda reprimida pela formação de novos profissionais médicos, no Brasil inteiro, e vem com a filosofia de profissionalização mais humanizada, mais integrada à saúde pública, mais inserida nas demandas sociais das comunidades. Para dar conta da sua estrutura, está sendo construído um novo prédio no Campus Bom Jesus, que aos poucos vai ganhando uma identidade de um centro de Ciências da Saúde e Tecnológicas.

Como tudo que se inicia, ainda há muito a trilhar. Preparar laboratórios, contratar mais professores, por meio de concursos públicos, fazer mais convênios para atuação dos estudantes na forma de estágios e aulas práticas. Mas, de início, os alunos utilizarão os laboratórios do Curso de Enfermagem e já foram assinados termos de acordo com a Prefeitura de Imperatriz e com a Secretaria de Saúde do Estado, com vistas a serem utilizadas as 32 Unidades Básicas de Saúde, o Socorrão e o Socorrinho (unidades do município) e a Maternidade (do Estado). A ideia é que o estudante vá se inserindo, desde os primeiros períodos, na mecânica da saúde pública local, para ir aprendendo e observando como ela funciona, sem maquiagens, e intervindo para a sua transformação.

Desafios virão. Esse é apenas no início de uma caminhada. Com a expansão da UFMA pelo continente (hoje ela está em 8 municípios fora da capital: Imperatriz, Chapadinha, Grajaú, Balsas, Codó, Pinheiro, São Bernardo e Bacabal), vive-se um período de dificuldades, pela escassez de recursos e a convivência com uma ampliação rápida de estrutura, pessoal e alunos. Mas acreditamos que, no passo a passo, com planejamento e determinação, a universidade irá ganhando uma melhor estrutura, atendendo às demandas que surgem a cada dia, e se tornando um selo de qualidade na educação superior maranhense – onde quer que ela esteja.
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