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Disputa por terras e fonte de água mineral motivou execução de promotor

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Nova do promotor assassinado disputa estas terra que poderia render até R$1 milhão por ano 
Diário de Pernambuco

Recife, PE - O motivo da disputa de terras que, segundo a Polícia Civil de Pernambuco, culminou com a morte do promotor Thiago Faria na segunda-feria, 4, em Itaíba (PE) se deve à existência de uma fonte de água mineral no local que renderia cerca de R$ 1 milhão por ano.

A informação foi repassada pelo secretário de Defesa Social, Wilson Damazio, na manhã desta quarta-feira, 16, na sede da Secretaria de Defesa Social, no Recife. A área foi adquirida em leilão pela advogada Mysheva Martins, noiva do promotor assassinado, em outubro do ano passado - quando eles ainda não se conheciam. Na ocasião, ela desembolsou por R$ 100 mil pela propriedade.

Direto da Aldeia publicou sobre o caso
Veja fotos da execução do promotor de justiça em Itaíba-PE

As terras, que somam 25 hectares e fazem parte de uma fazenda que originalmente tinha 1.800 hectares, foram leiloadas por conta de uma dívida trabalhista da antiga proprietária, Maria das Dores Ubirajara Tenório, que faleceu aos 95 anos, em 2006. A área passou por inventário para ser dividida entre dez herdeiros, entre eles a mulher de José Maria Pedro Rosendo, conhecido como Zé Maria de Mané Pedo, que está sendo apontado como mandante do crime e é procurado pela Polícia.

A polícia tem como principal suspeito de ser o mandante do crime
o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 53 anos, conhecido
como Zé Maria de Mané Pedo. A Secretária de Defesa Social (SDS)
está distribuindo cartazes e divulgando pela imprensa e nas redes sociais,
uma foto de José Maria. Quem souber informações deve entrar em contato
pelos telefones 34219595 (Disque Denúncia) e 0800 0515002 (Ouvidoria).
 anonimato é garantido e não está sendo oferecida recompensa
Thiago Faria, de 36 anos, foi morto na segunda-feira dentro de seu carro com tiros de espingarda 12. No veículo, também estava a noiva dele e filha do prefeito de Itaíba - comarca onde o promotor atuava - Mysheva Freire Martins e o tio dela, Adautivo Martins, que escaparam ilesos do atentado.

Disputa de sete anos

Thiago Faria assumiu o cargo em Itaíba em dezembro do ano passado, em meio ao cenário de embate pela terra que se arrastava havia sete anos, iniciada após a morte de Maria das Dores Ubirajara. Depois da aquisição das terras por Mysheva, José Maria Pedro Rosendo, um dos ocupantes da área, chegou a questionar a validade do leilão na Justiça, mas perdeu a causa.

Em junho, José Maria foi obrigado a deixar o lugar por força de uma imissão de posse em favor da advogada na qual o promotor teria atuado nos bastidores. De acordo com as investigações, ele também teria pedido ajuda do tio da noiva, Claudiano Martins, para negociar a saída de José Maria das terras. As mesmas fontes da Polícia afirmaram que o promotor assassinado também teria denunciado José Maria por crime ambiental na fazenda, onde fica parte de uma reserva ambiental.

Período probatório

Em meio às últimas atividades do promotor, que estava em período probatório, a corregedoria fez uma inspeção na comarca quando descobriu que havia um grande número de processos nos quais Thiago Faria alegava suspeição pelo fato de envolverem interesses de parentes da noiva. Por esse motivo, o promotor seria removido para Jupi, por determinação do MPPE.

Crime

O crime aconteceu na manhã da última segunda-feira, na PE-300. Thiago seguia de Águas Belas com a noiva e um tio dela para Itaíba quando, na altura do KM-15, dois homens ocupando um Corsa trancaram o veículo do promotor, um Hyundai IX35, e fizeram os primeiros disparos. Em seguida, voltaram e executaram Thiago, atingido com quatro tiros, provavelmente de calibre 12, no rosto e no pescoço.

A advogada Mysheva Martins esteve hoje de manhã  na delegacia de Águas Belas, e prestou
depoimento à Polícia. A noiva do promotor Thiago Faria, chegou no meio da manhã acompanhada de
parentes. Ela entrou sem falar com a imprensa. Testemunha ocular no crime, ela estava no carro do promotor,
quando ele foi emboscado. Mysheva já reconheceu, por meio de fotografia,
o homem que teria efetuado os disparos que mataram o promotor. (Diário de Pernambuco)
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