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Gerson Pinheiro em Desclassados

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Desclassados


Gerson Pinheiro

O Sol queima cérebros desprotegidos,

Espremidos.

Pelas mãos dos que ditam, corram,

Morram.

No extremo do ser são massas,

Sem massas.

Despidos de tudo são peles,

Só peles.

Amputados os membros são vermes,

Só vermes.

Lançados os escarros limosos, esporrentos,

Nojentos.

Negado lhes é às feridas do tempo,

Unguento.

Vida!

Clamam por vida,

Ou sorte,

De morte.

Transformados que foram em trastes,

Desastres.

Vozes abafadas ressoam,

Entoam.

Seus gritos por terra,

Guerra.

Inda querem os que a lei citam,

Ditam.

Que semimortos não falem,

Calem.

Que nos berços não embalem,

Não escalem.

Mas, pro amanhã que vem,

Mantêm.

Na semente dos filhos vivem,

Revivem.

Vozes do futuro,

Estridente grito,

Infinito.

Direto da Aldeia publica poemas inéditos do autor aos sábados, leia mais:
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