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Densa floresta amazônica é o sepulcro dos passageiros da Jotan Táxi Aéreo, eles estavam num bimotor classe Baron semelhante a este da foto quando desapareceram em 17 de março |
Belém, PA. A busca pelo avião bimotor que desapareceu com cinco pessoas a bordo está sendo prejudicada pela densidade da floresta. De acordo com a Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas de Jacareacanga, que auxilia nas buscas, ter acesso às áreas de mata fechada onde possa estar a aeronave é “quase impossível”. “É uma área de mata densa, íngreme, acidentada. O acesso é quase impossível. Estamos exaustos. A mata até prejudica a cabeça da gente. Mas não iremos esmorecer”, declarou o secretário Ivânio Nogueira em entrevista ao G1 nesta quinta-feira (20).
Direto da Aldeia publicou:
Passageira do Bimotor enviou mensagem ao tio em Jacareacanga
O avião bimotor desapareceu perto de Jacarecanga, sudoeste do Pará, na última terça-feira (18). Segundo o Ministério da Saúde, o grupo estava viajando para fazer substituição de equipes que prestavam atendimento nas aldeias da etnia mundurucu. Entre os passageiros do avião estava a técnica de enfermagem Rayline Campos, que chegou a mandar um SMS para o tio falando dos problemas enfrentados na aeronave. A busca pelo bimotor começou na terça e envolve, além de três aviões oficiais, uma equipe de mais de 60 pessoas.
Mar tragou passageiros do boeing 777 da Malysia há uma semana |
Piloto era dono do taxiaéreo
Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e um helicóptero da Polícia Militar também estão empenhados na procura. Outros aviões menores que estavam na busca devem suspender a participação, por motivos de segurança. “Outros bimotores estavam circulando, mas pedimos que eles cessassem a busca para evitarmos novos acidentes”, conta Nogueira.De acordo com o secretário, a mobilização de outros pilotos ocorreu porque Luiz Feltrin, o condutor da aeronave desaparecida, era dono da empresa Jotan Taxiaéreo, proprietária do bimotor que transportava a equipe médica de Itaituba até a comunidade indígena de Jacareacanga. “Ele era dono da empresa e um conhecido piloto em Itaituba, com mais de 30 anos de experiência”, informou. A Jotan Taxiaéreo não quis se pronunciar sobre o caso.
Mau tempo atrasa buscas
As buscas sofreram atrasos devido ao mau tempo. Durante a manhã desta quinta-feira (20), as aeronaves oficiais não realizaram a procura diante do tempo nublado impossibilitou a visibilidade. Os aviões retomaram o trabalho apenas às 16h.O capitão da Força Aérea Brasileira (FAB), Alcides Machado, que comanda as buscas pelo bimotor, conta que a sua aeronave já percorreu cerca de 750 quilômetros quadrados durante a busca e explica a dificuldade de trabalhar em mata fechada. “Muitas vezes a gente pensa que um avião que caiu na mata vai abrir uma grande clareira, algo de fácil visualização, mas na verdade não é assim, a mata, em termos gerais, realmente ‘engole’ a aeronave e caso ela tenha colidido com solo e não pegou fogo, fica mais difícil ainda a localização”.
De acordo com a FAB, após 21h de voos, já foi percorrida 90% da área apontada como provável localização da aeronave. Caso o bimotor de táxi aéreo não seja encontrada ainda nesta quinta-feira (20), outros padrões de busca devem ser adotados.
Entenda o caso
O avião bimotor que transportava uma equipe de profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai) até uma aldeia indígena de Jacareacanga, no sudoeste do Pará desapareceu na última terça-feira (18). Aeronaves de Manaus e Campo Grande estão ajudando nos trabalhos de localização do bimotor, modelo Beechcraft BE 58 Baron.De acordo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.
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